quarta-feira, novembro 27, 2002
E assim disse Houaiss...
Cocô-girl:
# substantivo feminino
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo. Diacronismo: obsoleto.
adolescente ou mulher jovem a que faltam responsabilidade e cultura, e cujos interesses são fúteis
Perfeito para designar a mulherada de hoje em dia, não?!
A versão masculina do termo também consta no dicionário e igualmente é válida para a designação de nossos amigos primatas, ops, homens. ;-)
Cabelos azuis 11:13 p.m.
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A pedidos, eu escrevo.
Estou me deliciando com os verbetes do Dicionário Houaiss em CD-ROM. Palavras estranhas sempre chamam a atenção, embora possivelmente sejam esquecidas, se não forem de uso prático. Afinal, quem precisa saber o que é Waimiri-Atroari senão um historiador ou um etnologista? E funfa é sinônimo de ânus. Essa eu descobri sem querer, quando estava "pescoçando" a letra F. Não vai mudar minha vida, mas coisas inúteis e chulas são sempre as mais lembradas.
É como quando aprendemos uma nova língua e já vamos logo nos informando sobre os palavrões e gírias da nova linguagem, afinal, não queremos ficar por fora.
E por falar em língua, o dialeto bronco hoje em dia é o que mais nota-se na comunicação entre as pessoas. Apesar da idéia de transmitir informação de um modo menos coloquial e mais fácil, mais prático, deveras é uma ofensa para quem possui uma base acadêmica sólida na língua em questão. Soam como uma agressão. Agressão ao bom gosto, aos ouvidos, à sanidade e assepsia do tradicional, do correto. Não é errado romper com o tradicional, transcender o velho, propagar o novo. Mas tudo isso é válido quando se há um porquê. Incorporar as gírias ao vocabulário de nada enobrece nossa língua, pelo contrário. Só serve para empobrecer mais ainda, pois são proferidas por pessoas pobres em conhecimentos, pobres em léxico (enfim descobri o significado da palavra léxico).
Bom, chega de conversa fiada por hoje.
Entretanto, não poderei deixar de citar a divina palavra que encontrei no digníssimo Houaiss: cocô-girl. JURO! Depois dessa, não me admira a idéia de encontrar peças raras do dialeto popularesco entre suas páginas (mesmo as digitais). Se é que já não constam lá. Medo...
Cabelos azuis 11:10 p.m.
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