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sábado, setembro 21, 2002

Será que é exigir muito que as pessoas tenham o mesmo nível intelectual que o seu? Não que eu seja uma intelectualóide, nada disso. Ainda me falta muito pra poder chegar à sombra dos verdadeiros intelectuais. Porém, creio que exista uma quota mínima de inteligência necessária para as pessoas. E também falando-se em conhecimentos. Todos têm mais ou menos uma mesma base, bem ou mal. Resta saber se essa base é bem aproveitada ou apenas descartada pela cegueira do bloqueio mental. As pessoas são acostumadas a se bloquearem a novos conhecimentos. Vejo muitas pessoas reclamando que não sabem fazer uma determinada tarefa, ou alguma coisa mais específica, por mais simples que seja. Só que a grande bosta, é o fato delas não quererem aprender. Se contentar com pouco? Não... não é minha opção.

Por que a preguiça de buscar conhecimentos é tanta? A leitura é sempre boa companheira. Não creio que seja fácil para alguém viver na sombra da ignorância. Eu não me vejo em tal posição. Basta meia dúzia de palavrinhas insossas no icq para deixar meia dúzia de "universitários" sem o menor argumento. Faltam palavras para as pessoas. A velocidade do pensamento da maioria é muito lenta pra rapidez em que penso merda. Bombardeio por 15 minutos e boto as vítimas no chão. Ficam sem saber o que dizer. É tão difícil ter opiniões que ficam sem saber o que dizer?
Por que não dizem o que pensam? Se é que pensam. Por que não pensam?
Pensar pra mim é algo tão básico como tomar água quando se está com sede, ou como o ato de engolir o alimento quando se está comendo. Não dá pra ficar sem pensar. Parar a fluência dos pensamentos é tão difícil como contar o número de estrelas no céu. Por que as pessoas dizem tão pouco e não se dão ao trabalho de manifestar argumentos diante de determinado assunto? É o medo de expandir a visão? Como disse Einstein, quando a mente toma determinada forma e se expande, fica impossível voltar ao que se era antes, impossível voltar à ignorância diante do prazer do conhecimento.
Ficar em silêncio não é o problema. O silêncio muitas vezes se faz necessário. É como um ponto de apoio, um momento para uma pausa à reflexão. O silêncio por si só pode dizer muitas coisas, que talvez as palavras não manifestem. Vomitar informação deteriorada, esboços de palavras desorganizadas e sem o menor sentido prático, sem alma e sem sentimento, não se fazem necessárias. Pelo menos não aqui. Não pra mim.

Basta do "estilo seu Crêysson" da massa alienada. Assim como gosto de escrever e ler coisas que me fazem manifestar alguma sensação, quero pessoas ao meu lado que possam manifestar conteúdo. Mais do que gírias esdrúxulas e porcarias da vida vazia das estrelas da tv. Não me interessa isso, e nem ao menos tenho intenção de precisar traduzir dialetos absurdos que não me acrescentarão nada em termos de informação ou conhecimento prático. Nada disso. Chega de bobagens, fico por aqui.

Espero que possam comentar, caso sintam prazer nesta tarefa. Podem fazer. Como podem fazer o que bem entenderem. O mundo é livre. E a palavra aberta também.
Bom fim de semana -> pelo menos isso todos sabem falar. =o)

Cabelos azuis 11:25 p.m. °

quinta-feira, setembro 19, 2002

Here I am. Demorei mas já estou de volta.
Agradeço à visita de todos e os pedidos para que eu escreva logo, como ameaças de denúncia ao Procon caso eu não escrevesse hoje sem falta... (risos)
O problema é que eu não tenho nada a dizer, estou sem palavras estroboscópicas por hoje, terei que enrolar vocês.
Está um calor insuportável hoje e neste recinto não ventila adequadamente. Creio que morrerei frita sobre as teclas do meu adorável companheiro de navegação.

Ando notando que quando começamos a dar enfoque demasiado à algum determinado assunto ou situação, acabamos nos dispersando e distanciando do espírito que tínhamos antes para coisas que nos eram íntimas, mesmo que seja apenas por um breve espaço de tempo. Assim como esquecemos algumas coisas que sabemos por falta de uso. Não sei porque estou dizendo isso. Realmente meu cérebro não funciona em dias quentes. I need frozen air on my head!



Cabelos azuis 7:00 p.m. °

terça-feira, setembro 17, 2002

Diálogo póstumo com Clarice.

(...)     "Será preciso coragem para fazer o que vou fazer: dizer. E me arriscar à enorme surpresa que sentirei com a pobreza da coisa dita. Mal a direi, e terei que acrescentar: não é isso, não é isso! Mas é preciso também não ter medo do ridículo, eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor. Adio a hora de me falar. Por medo?"

Clarice, acho que eu compreendo seu ponto de vista. Preciso te falar uma coisa: é verdade. Eu te entendo. Não completamente, é claro, mas as idéias expostas nessa mesa parecem apetitosas depois da velocidade voraz com que mudamos. Vai, moça, se expõe ao ridículo! Pois mais ridículo ainda são os olhares de reprovação que, contidos em sua provável insignificância de não dizer, podem estar agora a nos bisbilhotar a vida com sua imagem de falso pudor. Tudo torna-se horripilante aos olhos de quem não diz o que vê por dentro de si.

      "E porque não tenho uma palavra a dizer.
      Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei sobre vagalhões de mudez.

(...)     Nunca até hoje temi tão pouco a falta de bom-gosto: escrevi 'vagalhões de mudez', o que antes eu não diria porque sempre respeitei a beleza e a sua moderação intrínseca. Disse 'vagalhões de mudez', meu coração se inclina humilde, e eu aceito. Terei enfim perdido todo um sistema de bom-gosto? Mas será este o meu ganho único?"


Não atropelem a gramática, pobres leitores, só porque ela falou dos seus "vagalhões de mudez". E de mudez que não silencia nada, pois bate forte o seu coração. Boa moça, não fale em vão que precisa se calar, quando se precisa, se muito, de uma breve pausa para suspirar. Apaixonada... te faltam palavras... Mas transbordam-lhe os pensamentos. E os pensamentos do que são feitos senão palavras? Nem tudo descreve tua beleza única, é verdade, mas palavras não são poucas pra nos acompanhar. Bonito o mundo das palavras tolas, de quando se ama, e deixa-se de lado as purpurinas da rebuscada concordância fútil dos livros em que aprendemos a rabiscar. Por isso, amiga querida, fale com seu coração, apenas o que fizer você se esbaldar de felicidade, e de alívio.
Por mais que sejam coisas tristes.
Mas o amor é tudo isso, é uma mistura de sentimentos ocultos e sensações, que se não soltas pelas cordas vocais, que seja pela ponta do teu lápis.

[O texto em rosa é da Clarice Lispector, em "A paixão segundo GH", lá pela página 16. Porque eu não consigo deixar de ler a Clarice sem divagar em suas idéias. E espero que hoje eu chegue na página 20 pelo menos.]


Cabelos azuis 12:25 a.m. °

segunda-feira, setembro 16, 2002

Preciso canalizar meu impulso de querer escrever e não saber bem o que, porque e pra que. Apenas sei que desejo muito escrever. Preciso botar pra fora as letras que se embaralham na minha mente. E fazer delas alguma coisa mágica, que possa ser apreciada, ou mesmo que possa ser compreendida, pura e simplesmente.
E por mais que não as leiam, essas palavras se manifestam aqui dentro, pedindo pra sair, pra ir pro papel.
Que fazer?

Acho que vou começar a lançar palavras sem nexo aqui, soltas, desvairadas, como esses adjetivos lançados agora.
Vão ficar perambulando por dias e noites, até que possam fazer algum real sentido. Ou que faça-se o non-sense total. Após uma segunda análise, o ponto de vista pode ser diferente também. E tudo muda, como a água em seus diferentes estados, sem que no entanto, deixe de ser água. E tudo isso não deixará de ser merda, só variando o aspecto e o cheiro, dependendo do ângulo e do momento em que for "apreciado".

E abram alas pro freak show! Meu cirquinho de pulgas está pulsando, preciso botar as palavras pra tomar ar.



Cabelos azuis 4:29 a.m. °

domingo, setembro 15, 2002

Daqui pra frente, tudo será diferente... (ou não)
... estou até tomando banho aos domingos! Acho que minha vida tende a mudanças futuras, a curto e a longo prazo. Espero que sejam todas muito boas, ou pelo menos a maioria. Acho que o otimismo faz com que no final, tudo seja positivo.
Preciso começar arrumando um emprego e passando no vestibular, nem que seja em alguma "Unibosta". E escrever mais, coisas decentes de preferência...
Por hora, vou no cinema com meu amado. E fim de papo.

Cabelos azuis 4:10 p.m. °